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Economistas na Prática com Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar

O Economistas na prática desta semana entrevistou a Professora Drª Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar. Ela possui graduação em Ciências Econômicas pelo Centro Universitário Univates (2003), mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2007) e doutorado em Ambiente e Desenvolvimento pelo Centro Universitário Univates (2015).

Fernanda tem experiência na área de Economia, atuando principalmente nos seguintes temas: Vale do Taquari, cadeias produtivas, agricultura orgânica, e indicadores envolvendo sustentabilidade de sistemas.
Confira a entrevista completa abaixo.


Quais os principais motivos que a levaram a estudar Economia?
Quando estava finalizando o ensino médio, fiz um teste vocacional que indicava a realização de dois cursos: economia e direito, considerando meu perfil. Na época, não me enxergava seguindo a área do direito (minha visão era limitada, e tinha certeza que não queria ser advogada atuando em um escritório e defendendo causas), e a economia, me atraiu mais, já que eu tinha afinidade com matemática e áreas exatas (na época também desconhecia toda a parte subjetiva da economia como ciência social, achava que era mais quantitativa), assim como, li muito a respeito e me atraia a ideia de poder compreender melhor como as coisas funcionam no mundo de maneira geral, que eu teria uma visão mais ampla que de um ambiente organizacional interno (foco maior da Administração ou Contabilidade, na época). Além disso, a procura por cursos de economia era inferior a procura por Administração, então achava que isso poderia ser um diferencial para mim. Na época também visualizava a possibilidade de realizar um concurso público em um banco ou organização governamental, então cursar economia poderia ser interessante.

Qual a sua área de atuação? O que você faz no dia-a-dia de seu trabalho? Se for pesquisadora, conte-nos sobre sua área de pesquisa.
Sou docente permanente na área de gestão organizacional na Univates. No meu plano de trabalho incluem-se horas destinadas a: a) docência, seja no ensino presencial, como à distância, b) coordenação de curso de graduação (agora em 2021 assumi a coordenação dos cursos tecnológicos da gestão ofertadas na modalidade EAD, que atualmente são 8), mas também já coordenei os cursos de Relações Internacionais e Comércio Exterior, c) também participo de um projeto de extensão que busca discutir questões das Relações Internacionais em escolas da região, e, d) atuo junto a projetos de pesquisa (como voluntária). As pesquisas estão relacionadas a três temas: sistemas produtivos sustentáveis, em especial, avaliando as contribuições das cooperativas para o alcance do desenvolvimento sustentável; sistemas orgânicos de produção, e migrações internacionais.

Você observa alguma diferenciação, por parte de outras pessoas, entre homens e mulheres que estudam Economia? E no seu ambiente de trabalho, há distinções entre os gêneros?
Quando iniciei meus estudos acho que essas diferenças eram mais presentes (nunca esqueci um comentário que um colega meu na época fez, dizendo que eu era muito nova para estudar economia, que me faltaria vivência para compreender tudo o que acontecia – ele era homem, e bem mais velho, felizmente tudo isso superado), mas hoje em dia, já não vejo mais tanto. No mundo corporativo acredito que estas questões infelizmente ainda estejam presentes, mas no ambiente em que atuo, a distinção entre gêneros é menos presente.

Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser economista mulher? Conte-nos sobre esta experiência.
Poucas vezes. Felizmente atuei em quase toda a minha vida profissional na Universidade, então acho que estive menos exposta a esse tipo de preconceito.

Qual foi o caminho percorrido para você alcançar o seu emprego atual?
Como mencionei na questão anterior, minha vida profissional é vinculada basicamente a Univates. Logo que iniciei minha graduação, consegui um estágio no departamento de economia da Univates (na época cada curso praticamente tinha o seu departamento, depois foram reestruturando), onde atuei por dois anos. Depois disso, fui Bolsista de Iniciação Científica FAPERGS. E após, passei a trabalhar como auxiliar administrativa no setor Financeiro da Instituição, até passar na seleção do Mestrado. Durante o mestrado, tive outra experiência profissional, mas minha intenção sempre atuar junto a uma universidade. Assim, logo que terminei o mestrado me candidatei a vagas de docentes (iniciei em um faculdade em Caxias do Sul), e em 2008 passei em uma seleção na Univates, onde estou desde então. Entre 2008 e 2011 foi professora horista, e desde 2012 como professora permanente.

O que você considera interessante falar para mulheres que pretendem estudar e/ou seguir na carreira de economista?
A economia é um curso que nos auxilia a compreender como as coisas funcionam de maneira ampla. Como as atividades estão sempre ocorrendo, precisamos estar atentos a tudo o que acontece o tempo inteiro, não apenas no meio econômico, mas outras áreas que também afetam as atividades econômicas, como a política e o ambiente internacional, por exemplo. Não se trata apenas na alocação de recursos com o intuito de ampliar a rentabilidade (já que muitos associam a economia ao dinheiro), mas também, que devemos reconhecer a necessidade de desenvolvermos atividades que contribuam para a melhora da renda, mas também respeitem o meio ambiente e procurem um desenvolvimento da sociedade de maneira ampla.

Sinta-se à vontade para acrescentar outras informações que julgar interessante que mulheres que pretendem ou atuam na área de economia saibam.
Independente de gênero, acredito que devemos fazer nosso trabalho da melhor forma possível. Profissionais sérios, dedicados, que buscam o aperfeiçoamento constante, tendem a obter sucesso e satisfação no meio em que irão atuar.

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