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Os arranjos familiares importam no momento de decidir em qual rede de ensino matricular os filhos?

Os arranjos familiares tradicionais vêm declinando gradativamente no mundo dando espaço para as novas configurações familiares. As famílias monoparentais femininas, ou seja, aquelas em que os filhos residem apenas com suas mães, são o segundo maior tipo de arranjo familiar no Censo de 2010, com 12,2%, contra 7,9% em 1970. Adicionalmente, os dados do IBGE apontaram para o aumento da proporção de mulheres que chefiam domicílios entre 1981 e 2011: a porcentagem saltou de 16,9% para 37,5%.
De acordo com Becker (1993), a renda e as preferências familiares (dentre elas, o número de filhos) impactam os determinantes dos investimentos em cada criança, uma vez que o custo de se investir nelas é afetado por suas características e habilidades naturais. Menezes-Filho e Pazello (2004) destacam que a qualidade educacional recebida pelas crianças no Brasil é distinta. Aquelas que estão matriculadas no sistema público acessam, em média, unidades escolares de qualidade inferior quando comparadas às escolas privadas
Assim, o artigo analisou se os arranjos familiares (monoparentais ou biparentais) afetam na escolha parental de qual rede de ensino (pública ou privada) matricular os filhos. Além disso, consideramos se as chances se modificam de acordo com o nível de ensino, o sexo e a ordem de nascimento da criança, pois os investimentos parentais podem ser diferentes segundo as suas preferências.
Os principais resultados mostram que 14,88% das crianças e jovens viviam em arranjos monoparentais femininos. Segundo a ordem de nascimento, para os arranjos familiares monoparental feminino e casal com filhos, as famílias preferem investir no filho mais velho, em detrimento dos demais filhos. Além disso, verificou-se que o filho do sexo masculino tem menores chances de estudar em uma rede privada caso esteja em um arranjo monoparental feminino. Esse resultado pode mostrar uma preferência da mãe em incentivar o estudo da filha em uma tentativa de empoderá-la.

Para ter acesso ao trabalho na íntegra acesse o link:

https://rebep.org.br/revista/article/view/1286

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