O Economistas na prática desta semana entrevistou a Professora Drª Kellen Fraga, graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2004, mestrado e doutorado em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRGS. Atualmente é professora da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e atua na coordenação do curso de Ciências Econômicas da PUCRS.
Ela também integra o Núcleo de Inovação Pedagógica da Escola de Negócios e é professora e coordenadora de cursos de Pós-Graduação Online da PUCRS. Tem experiência profissional junto ao Governo Federal e à Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil) nas áreas de promoção de exportações e internacionalização de empresas, e de desenvolvimento produtivo de micro e pequenas empresas (2007-2011). Desenvolveu atividades de assessoria ao Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação da PUCRS (2012-2015) e a empresas startups no TECNOPUC, Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (20015- 2020). Tem conhecimentos em Economia, com ênfase em Crescimento e Desenvolvimento Econômico, Economia Brasileira, Internacionalização, Empreendedorismo e Inovação.
Confira a entrevista completa abaixo.
Quais os principais motivos que a levaram a estudar Economia?
Minha inconformidade em não saber qual o papel do governo na sociedade e qual a sua influência as nossas vidas. Aos 13 anos de idade, enquanto meus colegas faziam seus trabalhos de história sobre a Grécia, eu insisti para fazer sobre o Plano Real!
Qual a sua área de atuação? O que você faz no dia-a-dia de seu trabalho? Se for pesquisadora, conte-nos sobre sua área de pesquisa.
Eu sou professora do curso de Ciências Econômicas da PUCRS. Atualmente, também atuo como coordenadora. Acolho e oriento os estudantes na escolha do percurso formativo e complementar do curso; respondo pelos processos acadêmicos dos estudantes, como a matrícula e a formatura; planejo e executo um plano de trabalho de coordenação que está voltado a práticas pedagógicas, seja para a qualificação de disciplinas, seja para avaliação do curso, pois também integro o núcleo de inovação pedagógica da Escola de Negócios. Participei de ações de extensão universitária com comunidades de extrema pobreza através do Projeto Rondon, organizado pelo Ministério da Defesa e universidades brasileiras em cidades do Piauí, Maranhão e Minas Gerais.
Você observa alguma diferenciação, por parte de outras pessoas, entre homens e mulheres que estudam Economia? E no seu ambiente de trabalho, há distinções entre os gêneros?
A maioria dos estudantes de Economia ainda é do gênero masculino na PUCRS, embora cresça o interesse do público feminino pelos temas que se estudam no curso. No meu ambiente de trabalho não percebo distinções de gênero; penso que a Universidade ainda é um dos poucos locais que se orientam pela pluralidade e a diverisidade.
Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser economista mulher? Conte-nos sobre esta experiência.
Quando atuei no governo federal, em Brasilia, sofri preconceito. Em reuniões de grupos de trabalho interministeriais, por exemplo, somente os homens tinham voz. As representantes mulheres eram “intermediadas” pelos seus colegas homens. É como se participássemos meramente como ouvintes.
Qual foi o caminho percorrido para você alcançar o seu emprego atual?
Após o mestrado eu comecei a lecionar economia em uma faculdade de Porto Alegre e na UFRGS, como professora substituta. Fui assessora da Apex-Brasil, a Agência Brasileria de Promoção de Exportações, e participei da execução de políticas de desenvolvimento produtivo do Governo Federal. Morei em Brasília durante cinco anos. Voltei para Porto Alegre para ser professora da PUCRS. Nos últimos anos, atuei também como assessora no Tecnopuc, Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, na área de desenvolvimento de startups.
O que você considera interessante falar para mulheres que pretendem estudar e/ou seguir na carreira de economista?
A carreira de economista é fascinante. Você conhece a obra de grandes pensadores que originaram os maiores debates no mundo; você aprende teorias e instrumentos que te fazem compreender o que é ciência e como aplicá-la; ganha habilidades com cálculos e métodos quantitativos que te permitem estimar como os fenômenos ocorrem. Você passa a ser capaz de entender um pouco de política econômica; saber da importância dos mercados e dos seus princípios. Enfim, é muito além de quanto você poupa ou quanto você ganha; é como você passa a tomar decisões e é capaz de mudar a realidade da qual faz parte.